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UM CONTO DE PRIMAVERA
Foi
na antiga Espanha, numa época poética, marcada pelos sonhos e incríveis
romances! Por esta época, nasceu a mais rara e preciosa flor que o
mundo jamais viu igual, nem antes, nem depois! Numa pequena vila, esta
sublime e delicada flor crescia cheia de uma beleza extremamente rara,
encantadora e que a todos cativava! Havia quem pensasse que era um anjo
encarnado, ou uma belíssima fada, dessas de contos infantis! Assim
crescia Rubia, sempre a sorrir e a cantar, com seus sonhos dourados,
seus castelos de princesa! Brincava entre as flores do jardim, no qual
era ela a mais radiante rosa vermelha!
Esta
meiga mocinha, encantadora, era, de fato, a Flor da Espanha, de uma
distinta família, de condição financeira estável! Rubia era a pérola
preciosa de sua família, de grandes princípios morais e era extremamente
amada por todos. Filha mais nova, com quatro irmãos homens, era a
menina dos olhos de seus irmãos! Ela era uma rosa cheia de amor!
Mas,
um trágico acontecimento, uma sina do destino, ceifou sua vida, aos
seus dezessete anos, destruindo todos os seus mais preciosos sonhos! Em
seu novo e triste lar de cipreste, vagou por muitos anos, em vales de
escuridão, em total solidão, desamparada, logo ela, tão sensível e
delicada flor! Rubia conheceu o desespero máximo que uma criatura humana
possa conhecer, viveu as mais atrozes dores da alma, experimentou o
terror, a solidão e o imenso vazio dos sonhos destruídos!
Um
dia, porém, uma luz de grande esperança brilha em seu caminho escuro e o
seu resgate se faz de forma incrível, divina, maravilhosa, por uma
equipe de trabalhadores que merecem a alcunha de anjos consoladores!
Após longos anos de reequilíbrio emocional, de superações e libertação, a
nossa meiga Rubinha volta a ser imensamente feliz, recuperando todos os
seus sonhos dourados, agora, porém, com a profunda maturidade
espiritual de sua alma sublime!
Hoje
em dia, onde quer que haja pessoas em prantos de profunda dor, em
desespero extremo, em abandono, com seus sonhos destruídos, a intensa
luz de nossa doce Rubinha se faz presente na vida dessas pessoas,
brilhando suavemente com um azul celeste, divino, trazendo paz,
esperanças, consolo e certeza de uma vida infinitamente melhor, num
futuro ditoso!
À
noite, nos lares infelizes, ela é a fada madrinha, o anjo de
consolação, trazendo lenitivo para as dores aparentemente sem solução! À
noite, quem realmente pode vê-la, contempla-la, sabe que ela é a
estrela guia dos desvalidos, dos solitários, dos aflitos e, de todas as
moças, um anjo protetor! Nas noites calmas e alegres, lá também está
ela, em cada rua, cada esquina, tomando conta das vidas das pessoas,
livrando-as dos perigos, dentro de suas atribuições e do que lhe é
possível fazer! A Espanha canta, em prosa e verso, sua bela e triste
história, em todas as noites de luar, como um conto de primavera, em
algum jardim encantado, onde nasceu e viveu a mais rara e bela rosa
vermelha!
Salve a doce e meiga Rubia para toda a eternidade! Salve a minha fada madrinha!
Poema de Hélio dos Santos Pessoa
11/07/2012
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