meu coração pra você

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

REENCONTRO COM O PASSADO POÉTICO





Reencontro com o passado poético


Ela surgiu em minha vida, como num sonho dourado, envolvendo-me em doce ternura! Ela surgiu num momento no qual eu não tinha quaisquer perspectivas de uma vida feliz! Trouxe-me seu esplendor dourado, sua divina magia e uma forte sensação de um passado longínquo! Seria um reencontro com um amor escondido? Ah, belíssima, encantadora moça de largo sorriso, de lábios carnudos, de um vivo e vermelho batom a brilhar! Nossas almas se uniram
pelos laços de um amor que vence as barreiras do tempo e das dimensões; de um amor que nem mesmo a morte pode separar! 

Um dia, confortavelmente acomodado em meu leito domiciliar, pensando na beleza, doçura, meiguice e delicadeza desse encanto de mulher, acabei por adormecer, como que envolto numa doce magia, num rápido transporte! Num vislumbre, vi uma cidade tipicamente espanhola e uma magnífica praça circular, com exuberantes flores muito vivas e de cores variadas. Na calçada da praça, vários pares de românticos bancos, nos quais os casais faziam juras de amor, inebriados da mais doce paixão. Ao centro da praça, uma pequena área circular, também rodeada de flores e pequenos arbustos e bem no centro desta, uma alta palmeira imperial e de um lado e outro da palmeira, outros românticos bancos, nos quais duas almas se conheceram, se amaram com um amor que vai além do tempo, do espaço e da morte! 

Num desses bancos, essa moça encantadora, de longos cabelos lisos e negros, de longo vestido vermelho e sapatinhos pretos brilhantes a envolver-lhe os delicados pesinhos! Nas mãos, alvas luvas de renda branca e na outra, trazia um leque vermelho. De repente, um rapaz se aproxima, ela levanta-se e sai-lhe sorrindo, ao encontro. Ambos se abraçam e ele envolve-a num suave e demorado beijo, envolvendo-lhe os lábios! O rapaz, também belo e elegante, aparentava ter uns dezoito ou dezenove anos; trajava elegante terno branco, com gravata borboleta azul marinho, calça branca de linho e brilhantes sapatos azuis marinhos combinando com o tom da gravata! Ali, ambos fizeram suas juras de amor eterno! Lágrimas de intensa emoção corriam dos olhos de ambos. A bela moça, dos seus dezessete anos o abraçava como quem se despedia, mas que o traria para sempre na lembrança, sendo a recíproca verdadeira. Seus pais a prendiam muito e não aceitavam o envolvimento dela com o rapaz. Antes de partir, ele entrega-lhe uma esplendida rosa vermelha, beija-lhe mais uma vez e parte!
 
Neste momento, acordei com o rosto banhado em profundas lágrimas e com a  forte sensação de um passado longínquo a agitar-me violentamente a alma! A moça? Perguntar-me-iam: Bem, esta é conhecida no Astral Superior como Cigana Rubia e mora em meu coração para sempre! Percebo-a em cada esquina, em cada praça com seus bancos e seus jardins, acenando e sorrindo para mim, com seu doce e largo sorriso! Não posso e não consigo dizer mais uma só palavra, pois a emoção invade-me a alma ao extremo. O rapaz, bem, este não deu a conhecer o seu nome do passado, de imediato mas a intuição me trouxe o nome Raul e a profunda sensação que tenho é que é ele o mesmo que escreve essas mal traçadas linhas. Mistérios de um passado longínquo...
 
Laroyê divina senhora de minha alma!
 
Laroyê Rubia!

 
Hélio dos Santos Pessoa
 
22/07/2011

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