BELO HORIZONTE - MG, Praça Vaz de Melo, no fim da década de 1960
Fonte:
Fundação João Pinheiro. Centro de Estudos Históricos e Culturais. Belo Horizonte e o comércio: 100 anos de história: história oral: Edmar Salles. Belo Horizonte, 1996, disponível digitalmente no site da Biblioteca Digital do Estado de Minas Gerais Raymundo Nonato de Castro
HOJE SAÍ
Hoje saí,
passeei pelos lugares nos quais outrora passei parte de minha saudável
infância! Passei pela mesma praça, da qual via partir os trens noturnos, rumo a
qualquer lugar, com destinos diferentes, nesse nosso país! Dei livre curso à
imaginação e, por um momento apenas, fiz-me criança novamente, reencontrando
aquele menino cheio de sonhos, alegrias e felicidade, que um dia, partiu num
trem noturno e não mais voltou. Revi-me nos meus tempos de criança e
adolescência e reencontrei os mesmos sonhos, muitos dos quais já desfeitos pelo
caminho, pelo destino. Duas gotas de lagrimas escorreram pelo meu rosto! Foi
uma das tardes mais românticas, uma tarde agradável, maravilhosa! Lembrei-me de
alguém há quem muito amei, num passado distante; a doce, bela e radiante Rubia,
o grande amor da minha vida! Sua alma está impressa na minha, tendo ela deixado
sua marca em minha vida para sempre! Caiu a noite, com o astro lunar a iluminar
os céus e as luzes acesas iluminando as ruas, dando um toque especial de romantismo à cidade!
Feliz,
caminhei para o ponto de ônibus para voltar para casa. No ponto, alguns jovens
se divertiam, entre risos e brincadeiras! Peguei o ônibus junto com algumas
moças que os acompanhavam! O coletivo corria pela avenida central da cidade e
os moços alegres e as moças sorridentes, sorrindo inclusive para mim, uma vez
que conversei com a turma antes de embarcarmos. Eram rapazes e moças cheios de
sonhos e esperanças, esbanjando uma felicidade inocente! Torço muito por essa
juventude e peço a Deus por ela! Em cada sorriso, Rubia, meu amor, eu via o teu
meigo e delicado rosto a sorrir para mim, lembrando o tempo no qual, juntos,
fomos imensamente felizes! Mais uma vez, com densas lagrimas no rosto,
desejei-te toda a felicidade do mundo e pronunciei, baixinho: te
amo...amar-te-ei por toda a eternidade!
Salve a minha princesa!
Hélio dos Santos Pessoa
14/04/2012
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