Foto de acervo de Daniela Duque, editada em seu blog PALAVRAS DA GAVETA
CHUVA DE OUTONO
Choveu por toda aquela tarde de
outono, triste, cinzenta, em finas gotas de prata! Toda uma história de
profundo amor, uma história de vida e sonhos perpassava pela minha memória,
como se fora tenras nuvens que se desfaziam no ar. Tudo está tão triste à minha
volta e aqui dentro de mim, da janela de meu quarto, sinto o gélido frio de uma
morte e a certeza desse grande sonho acabado. É como se metade que restou de
minha alma saísse de si própria, vagasse em busca de sua outra metade que partiu
e deixou o profundo abismo do nada!
Hoje restam as mais preciosas
lembranças do passado de sonhos, doces recordações de um lindo convívio com
aquela que marcou a minha vida para sempre, Rubia! Mas, apesar de todas as
violentas tempestades emocionais e mentais, as situações que trouxeram à tona
velhos condicionamentos emocionais, velhos traumas que acabaram cuminando no
afastamento dela, ou, diria antes, no meu afastamento, ainda encontro um pouco de paz! Apesar de tudo isso,
sinto-me ao menos um pouco mais maduro espiritualmente, quero acreditar nisso e
acreditar, também, em um fiozinho de esperança para o futuro, quando meu
espírito verdadeiramente despertar suas faculdades adormecidas e sua real e
profunda consciência, acredito, neste dia, reaver o grande e único amor da
minha vida, Rubia! O sábio tempo, amigo, que todo transforma e concerta todas
as coisas, restaurando-as ao seu estado original, há de me levar de volta pra
ela.
Bem, está é apenas uma pálida
esperança, mas é melhor do que nada! Eu sei perfeitamente bem que tenho que
amadurecer muito ainda, reciclar meu ser para, quem sabe um dia, me transformar
no verdadeiro príncipe encantado, porém, em reais e inalienáveis qualidades
morais e espirituais! Neste dia, procurá-la-ei, para dizer-lha que cresci
muito, verdadeiramente! Espero, ao menos, que até lá ela não me guarde mágoas,
que me perdoe pelos desatinos caudados pelo meu desequilíbrio, que imagino,
certamente a magoou! Eu não queria magoá-la, meu eterno amor! Eu a amava mais
que a minha própria vida, até a morte e ainda a amo! Um dia, minha amada, hei
de renascer das cinzas da destruição e tornar-me, para você, o homem que você
sonhou, um dia! Este novo homem há de ter todas as qualidades que você sonhou,
em profundo amor altruísta por toda a humanidade, reconhecendo a Guardiã que
és!
Enquanto escrevo essas singelas
linhas, cai a chuva de prata lá fora e com ela cai, também, a noite e eu me
absorvo numa taça de vinho tinto suave, lembrando com incontida saudade do
primeiro e glorioso momento! A saudade é tanta, que dilacera a minha sofrida
alma, exteriorizando-se em densas lágrimas! Foi o sonho mais lindo e profundo
que um ser humano possa ter, uma história de amor e romance, como Romeu e
Julieta, de Willian Shakespeare, uma história que mudou a minha vida, talvez,
para sempre! Penso comigo, foi uma história que, possivelmente, jamais poderia
ter dado certo, mas foi e é um amor que considero platônico e por que não
dizer, transcendental? O “fim” deste sonho, foi, para mim, como conhecer o
paraíso antes e depois, o abismo da morte, do nada! Mas hoje, estou mais maduro
e apenas guardo com sagrado carinho as mais ternas lembranças de Rubia, meu
eterno amor!
Laroyê Rubia!
Hélio dos Santos Pessoa
26/03/2013
Charles Aznavour - Que c'est triste Venise
Vídeo de acervo pessoal de Elyan's Art, editado em seu canal do YouTube
URL do canal: http://www.youtube.com/user/elyan194?feature=watch
URL do vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=_8lQEzLDazc
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