meu coração pra você

terça-feira, 26 de março de 2013

CHUVA DE OUTONO




Foto de acervo de Daniela Duque, editada em seu blog PALAVRAS DA GAVETA




CHUVA DE OUTONO

Choveu por toda aquela tarde de outono, triste, cinzenta, em finas gotas de prata! Toda uma história de profundo amor, uma história de vida e sonhos perpassava pela minha memória, como se fora tenras nuvens que se desfaziam no ar. Tudo está tão triste à minha volta e aqui dentro de mim, da janela de meu quarto, sinto o gélido frio de uma morte e a certeza desse grande sonho acabado. É como se metade que restou de minha alma saísse de si própria, vagasse em busca de sua outra metade que partiu e deixou o profundo abismo do nada!

Hoje restam as mais preciosas lembranças do passado de sonhos, doces recordações de um lindo convívio com aquela que marcou a minha vida para sempre, Rubia! Mas, apesar de todas as violentas tempestades emocionais e mentais, as situações que trouxeram à tona velhos condicionamentos emocionais, velhos traumas que acabaram cuminando no afastamento dela, ou, diria antes, no meu afastamento, ainda encontro um pouco de paz! Apesar de tudo isso, sinto-me ao menos um pouco mais maduro espiritualmente, quero acreditar nisso e acreditar, também, em um fiozinho de esperança para o futuro, quando meu espírito verdadeiramente despertar suas faculdades adormecidas e sua real e profunda consciência, acredito, neste dia, reaver o grande e único amor da minha vida, Rubia! O sábio tempo, amigo, que todo transforma e concerta todas as coisas, restaurando-as ao seu estado original, há de me levar de volta pra ela.

Bem, está é apenas uma pálida esperança, mas é melhor do que nada! Eu sei perfeitamente bem que tenho que amadurecer muito ainda, reciclar meu ser para, quem sabe um dia, me transformar no verdadeiro príncipe encantado, porém, em reais e inalienáveis qualidades morais e espirituais! Neste dia, procurá-la-ei, para dizer-lha que cresci muito, verdadeiramente! Espero, ao menos, que até lá ela não me guarde mágoas, que me perdoe pelos desatinos caudados pelo meu desequilíbrio, que imagino, certamente a magoou! Eu não queria magoá-la, meu eterno amor! Eu a amava mais que a minha própria vida, até a morte e ainda a amo! Um dia, minha amada, hei de renascer das cinzas da destruição e tornar-me, para você, o homem que você sonhou, um dia! Este novo homem há de ter todas as qualidades que você sonhou, em profundo amor altruísta por toda a humanidade, reconhecendo a Guardiã que és!

Enquanto escrevo essas singelas linhas, cai a chuva de prata lá fora e com ela cai, também, a noite e eu me absorvo numa taça de vinho tinto suave, lembrando com incontida saudade do primeiro e glorioso momento! A saudade é tanta, que dilacera a minha sofrida alma, exteriorizando-se em densas lágrimas! Foi o sonho mais lindo e profundo que um ser humano possa ter, uma história de amor e romance, como Romeu e Julieta, de Willian Shakespeare, uma história que mudou a minha vida, talvez, para sempre! Penso comigo, foi uma história que, possivelmente, jamais poderia ter dado certo, mas foi e é um amor que considero platônico e por que não dizer, transcendental? O “fim” deste sonho, foi, para mim, como conhecer o paraíso antes e depois, o abismo da morte, do nada! Mas hoje, estou mais maduro e apenas guardo com sagrado carinho as mais ternas lembranças de Rubia, meu eterno amor!

Laroyê Rubia!

Hélio dos Santos Pessoa

26/03/2013




Charles Aznavour - Que c'est triste Venise

Vídeo de acervo pessoal de Elyan's Art, editado em seu canal do YouTube








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