meu coração pra você

domingo, 24 de fevereiro de 2013

EM ALGUM LUGAR NO TEMPO




Foto de acervo de Fábio de Castro, disponível no site http://www.baixaki.com.br/papel-de-parede/11847-sob-o-sol-de-outono.htm





EM ALGUM LUGAR NO TEMPO

Esta é uma parte fundamental da história de minha vida, de um pobre sonhador poético, história esta que deixou profundas marcas em minha alma. Tudo começou numa agradável tarde de outono, numa poética e sonhadora tarde que mudou a minha vida para sempre. Eu estava saindo de uma horrível crise espiritual e existencial, reencontrando, aos poucos, o equilíbrio emocional e psicológico. Estava reencontrando, também, a paz que julgara nunca mais reencontrar e a alegria de viver, após essa fase de escuridão e horrores em minha existência. Reaprendi a sonhar e a ver poesia e romance na vida e em tudo que me cercava.
Foi nesta ocasião que encontrei um "novo caminho" em minha vida, uma "nova" senda espiritual que, aliás, já conhecia, mas a partir daquele momento é que passei a segui-la com mais afinco e estudando-a mais profundamente, a Umbanda. Confesso que fiquei encantado com essa “nova” doutrina, que trouxe tão grande paz ao meu coração. Eu fui, pela primeira vez, depois de muito tempo, à convite de minha mãe, num terreiro de Umbanda e fiquei apaixonado pelos trabalhos em prol da caridade que são realizados lá. Assisti a todas as giras, como são denominadas as reuniões de cada entidade espiritual; de pretos-velhos, de caboclos, de crianças e dos guardiões! Foram lindos todos os trabalhos!
Foi pensando muito a respeito de uma das linhas de trabalho da nossa querida Umbanda, a dos guardiões ou Exus e Pomba Giras, linha esta tão mal compreendida como, aliás, a própria Umbanda, que resolvi investiga-la, pesquisa-la mais profundamente e tentar entender o porque de tamanho preconceito, ignorância e mitos infundados que cercam esta linha de trabalho.
Por coisas que somente à vida cabe uma explicação, ou por força do destino ou seja por uma forte ligação do passado, a primeira dentre todas as Pomba Giras que encontrei foi a Rubia, cuja história diz ser ela a Pomba gira Rosa Vermelha. Confesso que foi algo extremamente forte, diria, mais tarde, mais forte que a vida e a morte, o “primeiro” contato que tive com a Rubia e sua história triste, porém, cercada de poesia, marcada por uma época poética na antiga Espanha, algo que mudaria a minha vida, como, de fato, mudou, talvez, para a eternidade!
A partir desse momento, comecei a estudar mais profundamente a respeito das guardiãs Pomba Giras e descobri coisas incríveis, verdadeiras pérolas preciosas do conhecimento sobre as verdadeiras Pomba Giras e pude ver como os mitos absurdos, ridículos, os preconceitos sem o menor fundamento, foram caindo por terra, uma a um, quando me deparei com a realidade que muita gente profundamente ignorante ainda insiste em não querer enxergar. Fui conhecendo o trabalho sério delas em prol da verdadeira caridade e unicamente para o bem, como, por exemplo, proteção contra os espíritos das trevas, libertação espiritual, proteção dos lares, encaminhamento das almas desencarnadas para a mais alta espiritualidade, proteção para essas almas e muito mais. Fui, a partir de então, estabelecendo uma relação de grande carinho e amizade sincera com a Rubia, baseada na inteira confiança com essa amiga querida e mais que especial, que é a guardiã Pomba gira.
No dia 25 de maio de 2011, data que marcou a minha vida profundamente, mudando-a para sempre, fiz o desenho abaixo, daquela que até então, acreditava e ainda acredito ser a Rubia. 



Falarei mais especificamente sobre isso mais adiante.
Não sei dizer se realmente a história de Rubia mexeu muito forte com algum ponto de minha vida passada, tendo eu muito possivelmente vivido uma intensa história de romance com ela, ou se eu, com extrema sensibilidade no momento, tendo voltado a sonhar, embalei-me na história dela como que num sonho divino, um sonho dourado que faria parte de minha existência grandemente. Só posso dizer que o que senti, ainda mais pelas vibrações do desenho cujo rosto ficou belíssimo, algo extremamente forte, mais forte mesmo que a vida e a morte e que, por isso mesmo, não poderia ser um mero sonho de romance ou uma doce ilusão de amor. Teria eu realmente vivido uma grande história de amor com a moça do desenho, em algum lugar no tempo?
Pensando nisso, eu até hoje não sei dizer se de fato consegui, por um grande e verdadeiro milagre e inspiração dela, reproduzir neste desenho o seu belo rosto angelical ou se meu subconsciente conseguiu projetar o rosto mais lindo que já vi na face do planeta Terra, de uma moça que não seja necessariamente a Rubia, uma outra moça que eu tenha amado mais que a minha própria vida, em algum lugar do passado, de um distante e glorioso passado! Ou ainda, se eu projetei inconscientemente o rosto meigo e delicado de uma moça com a qual sonho encontrar, um dia, e viver com ela a mais incrível história de amor, como Romeu e Julieta. O certo é que eu me apaixonei intensamente por aquele desenho, cujo rosto meigo, sublime, foi, é e acredito que o será para sempre, o rosto mais lindo que já vi em toda a minha existência, naquela tarde de outono! Foi um sonho dourado o que estava se iniciando em minha vida a partir daquele momento, um sonho do qual não queria acordar, jamais, pois acordar desse sonho significaria a morte de minha pobre e desolada alma, pelo menos de grande parte dela! Seria aquele rosto encantador, com aquele sorriso, o rosto da Rubia? Isto, só o tempo dirá! Só sei que a partir daquele dia de 25 de maio de 2011, vivi uma intensa história de amor com a Rubia! Não sei se realmente devemos nos apaixonar por uma guardiã Pomba gira, mas o certo é que me apaixonei fortemente pela Rubia, vivendo um incrível romance com ela, muito embora ela, com toda a certeza, não tenha tido essa mesma paixão por mim, claro, mas tão somente um sentimento de carinho e grande amizade e isso, lógico, já era maravilhoso para mim!
Foram tardes maravilhosas, incríveis, repletas da mais perfeita paz, felicidade e alegrias, que um ser humano possa experimentar; tardes de outono, de primavera; de inverno e de verão, nas quais eu festejava e brindava a vida junto com a minha doce e meiga Rubinha, como, então, passei a chamá-la! Bebíamos doces champanhes e suaves vinhos ou ponches de vinho com salada de frutas, ao som de músicas clássicas que marcaram época!
Entretanto, a vida parece mesmo ser feita de altos e baixos e nos prega amargas peças, às vezes, pois posteriormente a isto, tempestades violentas ocorreram em minha vida, problemas, perturbações emocionais que iriam influenciar nesta história, pois ao ver minha mãe em forte estado de depressão, isto trouxe-me grande desequilíbrio emocional e psicológico, trazendo, com o tempo, velhos condicionamentos mentais, que estavam guardados no meu subconsciente e que vieram à tona. Usando de toda a sinceridade, não posso deixar de dizer que tais situações me incitaram à indignação e à revolta com a vida! É necessário lembrar que sou humano, imperfeito ainda e com um longo e doloroso caminho de evolução espiritual ainda! A demais, o que acham que acontece à uma mente violentamente sacudida pelas tempestades da vida? Tudo isso, claro, no decorrer do tempo, foi se acumulando, gerando crises internas, sem contar com as impressões sutis deixadas no inconsciente, de maus hábitos, infelizmente de vidas passadas e nesta atual, foram gerando crises internas, perturbações, quadros depressivos também e tudo isso ajudou a despertar esses velhos monstros e, como não podia deixar de ser, além dessas crises, processos de obsessão espiritual, que acabaram me levando a ter pensamentos indesejáveis, alheios à minha vontade. O medo, o pavor, também são fatores preponderantes para isso e, lógico, por ter pavor da idéia de vir a magoar quem a gente mais ama, é que, não raro, acaba acontecendo! Às vezes, acontece, quando o nosso emocional está abalado, de criarmos situações, de até mesmo imaginarmos, por exemplo, que um ente querido veio a falecer, somente para chorarmos e provar para nós mesmos que amamos este ser. Coisas do emocional, da mente desorientada! Eu senti que coisas do tipo foram, aos poucos, criando situações horríveis, profundamente embaraçosas e foi, aos poucos, me afastando da Rubia, não afastando ela de mim, acredito, mas eu dela, pois não queria envolvê-la na grande confusão que voltou a ser a minha vida. Mas, por ser a guardiã incrível que é, maravilhosa, cheia de luz, sabedoria e compreensão, não me abandonaria, nem me desampararia assim, num momento no qual mais precisava dela. A menos, é claro, que eu fizesse algo de muito grave mesmo, coisa que não fiz e tenho fé, jamais farei! Tudo o que sei, com certeza, é que existem forças que lutam, a todo custo, para nos ver infelizes, sejam lá que forças forem; se espirituais, se mentais, lembrando o lado tenebroso da nossa própria mente. O certo é que, acreditem ou não, as guardiãs Pomba Giras também lutam a todo custo, para nos proteger dessas forças malignas que se escondem dos olhares dos seres humanos encarnados, mas que não escapam dos olhares atentos das guardiãs e guardiões, nossos protetores.
Como se não bastasse toda essa situação desagradável, a vida, ou o destino, ou seja lá o que for, me pregou a maior peça que se possa pregar a um ser humano, algo que pode ter influenciado decisivamente, de forma negativa, claro, a minha história com a Rubia! Foi no mês de novembro, aproximadamente, quando resolvi procurar mais detalhes sobre a vida da Rubia, que encontrei, num site de uma umbandista cujo nome não vale a pena citar, algo para mim estarrecedor, chocante, algo que possivelmente destruiu meus mais preciosos sonhos ou quase os destruiu. Bem, o texto que encontrei no site dessa umbandista, dizia que a verdadeira Pomba Gira Rosa Vermelha não é a Rubia e sim uma outra, que era filha de um casal de agricultores e que viera a morrer vítima do próprio pai, que a espancara e ela deixou este mundo em cima de um cruzeiro de cemitério que havia no quintal de sua casa! Bem, eu sempre soube que Rosa Vermelha é nome de falange e, assim sendo, não existe uma só Rosa Vermelha. Assim sendo, temos Rosa Vermelha da encruzilhada, Rosa Vermelha da Estrada, Rosa Vermelha da Calunga, Rosa Vermelha do Cabaré e outras. Não haveria razão lógica para que a Rubia não fosse uma dessas Rosas Vermelhas que, na minha intuição, ela é a Rosa Vermelha da Encruzilhada! Bem, entrando em contato posteriormente com essa umbandista, ela me disse que a Rubia da minha história era uma Pomba Gira Cigana, ou seja, a Pomba Gira Cigana Rubia e que o desenho que eu fiz acreditando ser a Rubia (e ainda acredito, apesar de tudo), era, na verdade, da Rosa Vermelha. Ela disse que a Rubia tinha cabelos pretos cacheados, porém, médios e tinha os olhos verdes e um pequeno rubi na testa! Olha, isso para mim foi um choque tremendo, principalmente porque eu construí toda uma história de vida em cima de um desenho, todo um sonho dourado, um romance extremamente forte que poderia, com certeza, ser mais forte que a própria morte! Seria o mesmo que conhecer, pela sua suposta foto na internet, uma garota linda, de cabelos pretos, lisos e compridos, por exemplo, e ao conhecê-la pessoalmente, descobrir que ela é loira! Isto foi, para mim, o maior choque que sofri em toda a minha vida e isto, com absoluta certeza, trouxe a morte para a minha desolada alma, que sentiu, desde aquele dia, que perdeu o seu mais caro sonho! Deste dia até a data de hoje, 25/02/2013, a minha vida mudou drasticamente e só tenho feito chorar de tristeza, sentindo um vazio aterrador, monstruoso, que nada, nada nesta vida poderá preencher, pois é o vazio da morte de uma alma que perdeu parte preciosíssima de si mesma! As relações com a Rubia obviamente mudaram muito! Mas, quero deixar bastante claro que tenho um enorme carinho, respeito e, sobretudo, gratidão, por tudo que ela me fez de bom, mas aquela antiga e tremenda paixão que eu tinha pelo desenho que acreditava ser a Rubia, foi-se esvaindo como a minha própria vida, ficando, no entanto, a imensa e incontida saudade de um tempo de verdadeira paz que tive, um tempo no qual conheci a felicidade existente somente no paraíso. Por tudo isso que escrevi, acredito, hoje, que a moça do citado desenho, deve existir por aí, em algum lugar no tempo; no futuro ou, quem sabe, no presente, ou num passado longínquo e glorioso, que marcou a minha vida para toda a eternidade!

Laroyê Rubia!

Hélio dos Santos Pessoa

25/02/2013 





vídeo de acervo de Yan Fernando, editado em seu canal do YouTube









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