meu coração pra você

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

LEMBRANÇAS DE ARUANDA






LEMBRANÇAS DE ARUANDA

Ainda me lembro! Parece que foi ontem mesmo! Foi um transporte, como num sonho dourado. As ruas daquela provinciana cidade, eram calçadas de pedras lisas. As casas, antigas, em estilo colonial e exuberantes jardins, davam um ar paradisíaco à cidadela do mundo espiritual. Parecia ser, de fato, uma colônia de origem espanhola. Suas praças públicas, sonhadoras e poéticas, eram um convite ao amor, ao romance.

Tudo ali inspirava poesia e sonhos; um pedaço do verdadeiro paraíso perdido, das lendas e histórias da humanidade, de todas as épocas e nações! Na praça principal, uma fonte de água luminosa, com seus bancos em volta, dava um toque especial ao local e era ponto de encontro de almas afins.
A larga rua principal, com suas inumeráveis casas ajardinadas, alguns edifícios em estilo antigo, escolas, uma universidade e um hospital, tudo tinha, às vezes, intenso movimento de almas desencarnadas. Nas belas manhãs, os raios de sol tingiam de dourado toda a cidade, dando um aspecto encantador às ruas da mesma. 

À noite, as mesmas estrelas que observamos do lado de cá da vida, também enfeitavam os céus daquela alegre colônia. As luzes, em lustres de altos postes em estilo antigo me traziam à mente outras tantas lembranças, de tempos idos, lembranças essas contidas na alma e conhecidas da própria alma.

Naquela noite, em especial, na qual eu me desdobrei e fui a esta linda estância celeste, estava acontecendo um lindo trabalho de resgate espiritual de almas que já esgotaram seus conteúdos cármicos. Um grupo de espíritos amparadores, que eu costumo denominar guardiões, estava se preparando para resgatar uma alma das zonas umbralinas. Outro destacamento de guardiões se preparava, na zona hospitalar, para o tratamento e reequilíbrio energético e psicológico dos recém-chegados das zonas umbralinas. No meio desse movimento de espíritos trabalhadores do bem, eu pude vislumbrar aquela que, de alguma forma, muito amei, na minha existência, mesmo estando separados pela densidade entre as dimensões. Seu largo sorriso e rara beleza, me acenava de longe. Sua belíssima vestimenta espiritual fazia parte de ministério, de seu trabalho. Ela era uma das socorristas, em uma das equipes de trabalho, no que se refere à manipulação de energia de cura. Sim, Rubia, tal qual a conheci, estava lá, radiante como o astro lunar, encantadora como sempre!

A vida, o destino, une e separa as almas que se amam de alguma forma, mesmo porque, há várias maneiras de amar. As contingências da vida de encarnado, as tribulações impostas pelo mundo, pelo viver, as turbulências de uma mente traumatizada, tiveram influência nisso também. Mas uma certeza eu carrego em meu espírito, para a eternidade; um dia, o amor uniu duas almas, plantou sua semente, deixou sua marca profunda, sua história e isso, nem a morte, nem o tempo, nem mesmo a separação, por qual motivo seja, pode apagar. Nem mesmo o fim dessa história, o fim desse amor, conseguirá destruir aquilo que foi, um dia, uma linda história de amor.

Trago, em meu coração, a esperança de, um dia, nem que demore uma eternidade, reaver esses laços, esse amor, consertar os meus erros, renascer das cinzas da destruição, me erguer do abismo da morte, para depois, então, me tornar branco como a neve, puro como a água das fontes cristalinas e mais brilhante que o sol, para ela, para aquela que eu amei mais que a minha própria vida!

Texto inspirado pela Guardiã


Através de: Hélio dos Santos Pessoa

14/02/2017