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O ADEUS TEMPORÁRIO
Foi o sonho mais lindo e intenso
que um ser humano possa sonhar e também o mais triste!
Foi um amor que poderia ter
atravessado os séculos, o amor por uma moça cuja beleza jamais fora vista por
mim! Uma moça que, com certeza, existiu, em algum lugar no tempo!
Estou sentindo um vazio
assustador, um vazio tão profundo, que mais se parece a morte. É como se minha
consciência estivesse suspensa e meu corpo estivesse sem alma e as lembranças
do passado apagadas. Sinto-me mergulhado no abismo profundo do nada, como se
apenas vivesse, apenas respirasse e se alimentasse, mas com a alma morta, como
se estivesse em busca de si mesma, querendo alcançar a sua metade, sem jamais
alcança-la.
O triste fim de um sonho,
trouxe-me a mais cruel das mortes, a morte da alma. Não sinto meu passado, nem
diviso meu futuro. É como se eu estivesse mergulhado no nada. Experimento o
máximo terror diante da vida que mais se parece o abismo. Tenho medo do futuro,
medo do meu sonho mais intenso, mais lindo, vir a se tornar o pior pesadelo de
toda a minha existência. Sinto a vida se apagar, pouco a pouco, como se
restasse apenas a existência, sem absolutamente nenhum significado, como se
fosse a existência nos reinos minerais! Tenho quase certeza de que nada,
absolutamente nada será capaz de preencher esse abismo monstruoso! Acredito que
o meu amor, meu eterno, verdadeiro e único amor, aquela a quem amei muito mais
que a minha própria vida, esteja em algum lugar no tempo; ou no passado, ou no
futuro, num futuro muito distante! Encontrar-te-ei algum dia? Só Deus o sabe e
só o tempo dirá!
Adeus, meu amor! Carregarei você
na memória de meu espírito enquanto eu existir!
Hélio dos Santos Pessoa
29/05/2014
